segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Reportagem do Magazine Consigo RTP2

Aplicação MagicEye, criada em Portugal! (visualizar do minuto 06:20 ao minuto 14:13)

http://www.rtp.pt/play/p67/e133351/consigo

Comunicação Alternativa e Aumentativa

A comunicação alternativa e aumentativa (CAA) diz respeito a todo o tipo de comunicação que aumente ou suplemente a fala, com o objectivo de compensar as perdas ou incapacidades dos indivíduos com severos distúrbios de comunicação. (Godinho, 2013)
A Comunicação Alternativa é considerada toda e qualquer forma de comunicação que substitua a fala, usada por um indivíduo em contextos de comunicação frente a frente. Exemplos: signos gestuais e gráficos, código Morse, escrita, etc.) Por sua vez, a Comunicação Aumentativa significa comunicação complementar ou de apoio à fala. Exemplos: Sorrisos, contacto ocular e expressões faciais. (Ibidem, 2013)
Em 2009, Nogueira cita (Ferreira, Ponte e Azevedo, 1999, p.21) quando nos diz que “os Sistemas Alternativos e Aumentativos de Comunicação (SAAC) podem ser definidos como o conjunto integrado de técnicas, ajudas, estratégias e capacidades que a pessoa com dificuldades de comunicação usa para comunicar”. Estes autores consideram, ainda, como Comunicação Alternativa e Aumentativa, todo o tipo de comunicação que aumente ou suplante a fala.
Os Sistemas Alternativos e Aumentativos de Comunicação são utilizados quando a fala não pode ser o meio de comunicação e muitos autores defendem que estes devem ser utilizados o mais cedo possível, dada a importância da comunicação na vida das pessoas. Estas técnicas podem ser utilizadas a curto ou longo prazo, dependendo das características e necessidades de cada indivíduo. O sorriso, o contacto ocular, as expressões faciais e até mesmo a escrita para comunicar e interagir com outras pessoas fazem parte destas técnicas aumentativas. (Nogueira, 2009)
Os Sistemas Alternativos e Aumentativos de Comunicação podem ter quatro funções principais:
- Meio temporário de comunicação, até que se obtenha uma fala funcional;
- Meio permanente de comunicação quando há comprometimento severo da fala;
- Meio facilitador no desenvolvimento da comunicação oral;
- Meio facilitador para o desenvolvimento de habilidades, conceitos, estruturas linguísticas e a leitura-escrita.
Dentro dos Sistemas Alternativos e Aumentativos de Comunicação, existem os sistemas com e sem ajuda. Os Sistemas de Comunicação sem Ajuda são constituídos por símbolos ou conjunto de símbolos que não necessitam de quaisquer ajudas ou dispositivos e que apenas utilizam partes do corpo do indivíduo emissor (cara, cabeça, braços, etc) para se expressar. O corpo de quem comunica é o veículo transmissor daquilo que se pretende comunicar. Exemplos: gestos de uso comum (afirmação, negação com a cabeça, aceno com as mãos); Códigos Gestuais não Linguísticos (sistema de comunicação manual de tribos indígenas Amer-Ind); Língua Gestual (Língua Gestual Portuguesa, LIBRAS); Alfabeto manual (representação de letras através de gestos manuais). Por outro lado, os Sistemas de Comunicação com Ajuda são constituídos por símbolos que necessitam de um qualquer dispositivo exterior ao sistema, quer seja uma ajuda técnica ou qualquer outro tipo de suporte como o papel, lápis, quadros de comunicação ou dispositivos electrónicos - para se suportarem e poderem ser transmitidos. Exemplos: Sistemas de comunicação por objectos (constituídos por objectos de tamanho natural, miniaturas ou partes de objectos, usados como símbolos de comunicação); Sistemas de comunicação por imagens (incluem principalmente imagens tais como fotografias a preto e branco e desenhos representativos de objectos, pessoas, acções lugares ou actividades); Sistemas compostos por desenhos lineares (pictogramas); Sistemas combinados – Makaton (o Makaton utiliza simultaneamente fala, gestos e/ou símbolos. Utiliza a Língua Gestual de cada país); Sistemas baseados na escrita; Sistemas de comunicação por linguagens codificadas (Braille e Morse)

Causas das dificuldades de comunicação
Há várias deficiências e doenças que podem dificultar a comunicação oral e escrita.
Exemplos de problemas congénitos: paralisia cerebral, deficiência intelectual, perturbações no desenvolvimento, perturbações do espectro do autismo, apraxia e surdez.
Exemplos de problemas adquiridos: acidente vascular cerebral, traumatismo craniano, afasia, esclerose lateral amiotrófica, esclerosa múltipla, lesão medular de nível alto e laringectomia (extracção das cordas vocais).
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Bibliografia:
Cruz, E. (2006). Padrões de Interacção mãe-criança com Paralisia Cerebral e o uso dos Sistemas Alternativos e Aumentativos de Comunicação. Mem Martins: Editorial do Ministérios da Educação.
Godinho, F. (2013). Audiovisual sobre Comunicação Alternativa e Aumentativa da Unidade Curricular de Tecnologias de Apoio. Vila Real, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
Nogueira, C. (2009). Educação Especial - Comunicar com crianças com paralisia cerebral. Editorial Novembro.

Ver também: